A glândula pineal e o sistema Vigília/Sono
Aplicações terapêuticas

 
Essas informações merecem ser agregadas a outras, como a influência sobre a saúde do meio ambiente e do modo de vida, incluindo crenças, pensamentos, alimentação e exercícios físicos, bem como os processos de limpeza dos vários níveis do ser.
 
Transcrição resumida do vídeo:
 
O Prof. Jean-Bernard Fourtillan é farmacêutico, professor honorário de Química Terapêutica na Universidade de Poitiers - França, entre outras funções.
Ele criou o CEMAF - Centro de Pesquisa Biomédica.
Em 1994, ele descobriu a Valentonina, o hormônio do sono, e o funcionamento do sistema Vigília/Sono que decorre das secreções pela glândula pineal dos três hormônios:
- a Melatonina (MLT), que é o hormônio neuroprotetor. Ela protege os neurônios da ação destruidora dos radicais livres oxigenados. Foi descoberta em 1958 por A.B. Lerner. Ao contrário do que se pensa normalmente, a Melatonina não é o hormônio do sono.
- o 6-Methoxy-Harmalan (6-MH), que tem propriedades psicoestimulantes extremamente elevadas, comparáveis ao LSD. É o hormônio da vigília, da cognição e mais geralmente o hormônio do dia. É o verdadeiro agente das psicoses. Foi descoberto em 1961 por W.M. Mc Isaac e seus colaboradores.
- a Valentonina (VLT), que é o verdadeiro hormônio do sono. É o hormônio da noite e a chave do sistema Vigília/Sono. Foi descoberto em 1994 pelo Prof. J-B Fourtillan.
 
A descoberta do sistema Vigília/Sono permitiu explicar, de uma maneira inteiramente nova, a regulação das vidas psíquica e vegetativa do organismo bem como o mecanismo das afecções neurológicas e leva, em conseqüência, ao tratamento apropriado dessas doenças.
Entre as doenças neurológicas mais freqüentes encontram-se:
- os distúrbios do sono
- as depressões nervosas
- os distúrbios psicóticos
- as doenças ditas neurodegenerativas como a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer.
 
A descoberta do sistema Vigília/Sono permite afirmar que essas afecções neurológicas decorrem de disfunções das secreções dos 3 hormônios secretados pela glândula pineal.
No homem e em todos os mamíferos, as células da retina percebem a luminosidade ambiente. Essa informação é tratada pelo núcleo supraquiasmático que é o verdadeiro relógio biológico do organismo. Ele ritma a vida do organismo segundo um modo circadiano, por fatias de 24 horas, adaptando-o a seu modo de vida e a seu meio-ambiente.
A glândula pineal cumpre um papel de transdução. Ela converte o ritmo imposto pelo núcleo supraquiasmático em mensagens hormonais endócrinos, através da secreção dos 3 hormônios.
 
A Melatonina é o único dos 3 hormônios cuja presença pode ser medida no plasma sangüíneo e serve de marcador da produção dos 2 outros hormônios.
Em 1994, o Prof. JB. Fourtillan implementou, no CEMAF, um sistema de medição da Melatonina que foi aplicado a dois grupos, um de 12 sujeitos jovens e um de 12 sujeitos idosos. Foram obtidas as curvas de evolução das concentrações plasmáticas de Melatonina secretada pela glândula pineal ao longo de 24h, em dois períodos distintos do ano.
Observando-se os sujeitos jovens nota-se uma liberação, em velocidade constante, da Melatonina. Em todos os sujeitos as secreções começam por volta de 22 horas e param por volta 6h da manhã. Há uma grande variabilidade entre os extremos apresentados nesses sujeitos, que aumenta com a idade. E observa-se que as secreções tendem a diminuir com a idade.
Em todos os casos as secreções ocorreram ao longo de 8h, independentemente da duração da noite, que varia em função do período do ano (8h20 no estudo sobre os sujeitos jovens e 13h25 no estudo sobre os sujeitos idosos).
Ao contrário da Melatonina, é impossível tecnicamente medir as concentrações de Valentonina e de 6-Methoxy-Harmalan no plasma sangüíneo, pois sua presença é respectivamente 10 vezes e 36 vezes mais baixa do que a da Melatonina.
 
Os 3 hormônios são sintetizados na glândula pineal a partir da Serotonina, que é seu precursor, segundo um processo de acetilação em cascata graças a mesma enzima: NAT (N-Acetiltransferase).
A única condição, para assegurar de maneira harmoniosa, a alternância dos períodos de repouso (entre 22h e 6h) e de vigília (entre 6h e 22h), é que as propriedades farmacocinéticas da Valentonina e do 6-Methoxy-Harmalan sejam estritamente idênticas para todos os mamíferos com sono noturno.
Observa-se que as concentrações da Valentonina no sangue e nos tecidos são superiores as do 6-Methoxy-Harmalan no período de repouso, ou seja, entre 22h e 6h. Inversamente, desde a interrupção das secreções pela glândula pineal, em alguns minutos, as concentrações do 6-Methoxy-Harmalan se tornam superiores às da Valentonina em todo o organismo.
Durante o período de descanso, entre 22h e 6h da manhã, o sono fisiológico repara e restaura o nosso organismo. Então, a partir das 6h da manhã, regenerados por uma noite de sono, entramos numa fase de atividades. E a partir de 22h, cansados por um dia de atividades, vamos para a nossa cama em busca de descanso. E um novo ciclo começa.
Entre 22h e 6h da manhã, a predominância da Valentonina produz:
- a redução da vigilância
- a redução da pressão arterial e da freqüência cardíaca
- o relaxamento muscular.
À 6h da manhã as secreções da glândula pineal se interrompem, a Valentonina é rapidamente eliminada e o 6-Methoxy-Harmalan passa a prevalecer provocando:
- o aumento da vigilância
- o aumento da pressão arterial e da freqüência cardíaca
- a contração muscular.
As duas funções da serotonina:
- neurotransmissor nos neurônios serotoninérgicos
- precursor dos 3 hormônios do sistema Vigília/Sono na glândula pineal.
A serotonina é um verdadeiro maestro para a regulação das vidas psíquica e vegetativa do organismo.
 
O sono fisiológico, reparador para o organismo, pode ser caracterizado pelo seu traçado eletroencefalográfico.
Numa noite de sono, observa-se a ocorrência de 4 a 6 ciclos de sono, cada um composto de 4 estágios:
- o sono a ondas lentas, leve (S1 + S2)
- o sono a ondas lentas, profundo (S3 + S4)
- o sono paradoxal (REM) a ondas rápidas, caracterizado por movimentos rápidos dos glóbulos oculares.
Num sujeito normal, a duração do sono profundo, o único reparador para o organismo, deve representar por volta de 50% do sono total, enquanto a duração do sono paradoxal deve representar 5 a 10%.
Arquitetura eletroencefalográfico do sono fisiológico:
(Exemplo do cão, mamífero a sono noturno como o homem)
- 51% de sono profundo, reparador
- 37 % de sono leve, não reparador
- 12 % de sono paradoxal, em relação com a memória.
Com uso de Zolpidem (no exemplo do cão - 0,62mg/kg) a duração total do sono é inferior a do sono fisiológico. Observa-se que o sono leve, não reparador para o organismo, predomina (58%), e que há uma queda brutal do sono paradoxal (1%) relacionado com o efeito amnesiante do remédio.
Com o Diazepam Valium (ainda no exemplo do cão - 0,20mg/kg) a duração do sono total é superior a do sono fisiológico, porém não significativamente. Como com o Zolpidem, o sono leve, não reparador para o organismo, predomina muito nitidamente (63,8%) e há igualmente uma queda brutal do sono paradoxal (3,5).
Na dose de 0,32mg/kg, a Valentonina dá um sono fisiológico com nítida predominância do sono profundo (48,2%), reparador para o organismo, com 41,8% de sono leve e, principalmente, 10% de sono paradoxal. A duração total do sono, próxima à duração da vigília, é nitidamente superior àquela obtida com o Zolpidem e o Diazepam.
Na dose de 1,28mg/kg de Valentonina o efeito hipnótico é espetacular. Com efeito, a duração do sono total representa praticamente os 2/3 da duração da observação. A arquitetura eletroencefalográfica corresponde àquela do sono fisiológico, com predominância do sono profundo (52,2%) e presença do sono paradoxal em quantidade suficiente para a memória (6,9%).
Em conclusão, pode-se dizer que a Valentonina, hormônio do sono secretado pela glândula pineal entre 22h e 6h da manhã em todos os mamíferos, produz um sono fisiológico. Inversamente, as benzodiazepinas e medicamentos aparentados provocam um sono amnésico, não reparador, com efeitos amnesiantes provocados pela queda brutal do sono paradoxal.
 
Quais são as conseqüências dos disfuncionamentos do sistema Vigília/Sono, ou seja, da glândula pineal, responsáveis pelas afecções neurológicas?
Os 3 hormônios pineais são biosintetizados e secretados sempre nas mesmas proporções. O que significa que qualquer variação quantitativa em déficit ou em excesso da função endócrina pineal terá uma repercussão sobre os 3 hormônios. Portanto, em caso de doenças provocadas por um hipofuncionamento da glândula pineal é preciso administrar os 3 hormônios.
Em função dos modos de funcionamento dos 3 hormônios, fui levado a desenvolver o seguinte tratamento:
- administração de Melatonina por via oral
- e, simultaneamente, associação Valentonina e 6-Methoxy-Harmalan, por via transdérmica, usando um adesivo com 2 reservatórios, na proporção de 4 para 1.
A Melatonina é o marcador da síntese dos 3 hormônios do sistema Vigília/Sono.
Sua dosagem deve ser feita a partir de 1h da manhã, para garantir que as secreções da glândula pineal já tenham alcançado um patamar estável.
No que diz respeito ao tratamento das afecções neurológicas duas situações se apresentam:
- Nas afecções devidas a um déficit dos 3 hormônios, diagnosticado por um valor baixo demais do marcador, é preciso prescrever um tratamento hormonal substitutivo com 1 dose oral de 3mg de Melatonina por via oral de noite ao deitar, e 1 adesivo com dois reservatórios contendo Valentonina e 6-Methoxy-Harmalan nas proporções de 4 para 1, aplicado ao deitar e retirado ao levantar.
- Nos sistemas psicóticos, diagnosticados por um valor do marcador superior a 200 picogramas/ml, propomos o tratamento seguinte. De manhã ao levantar e até 22h ao deitar, aplicação de um adesivo com uma dose de Valentonina suficiente para deslocar o excesso de 6-Methoxy-Harmalan por fixação competitiva ao nível dos receptores cerebrais envolvidos.
 
Qual é o mecanismo dos distúrbios do sono?
Os trabalhos de Tzischinsky, publicados em 1994 na literatura científica, mostram que a excreção urinária do metabolito sulfo-conjugado da Melatonina nos sujeitos idosos diminui proporcionalmente ao grau da insônia. O que significa que, nos insomníacos, a produção de Melatonina pela glândula pineal é reduzida.
Em conclusão, podemos dizer que nos pacientes insomníacos a secreção de Valentonina é insuficiente para fazer o nível da vigília cair abaixo da barreira do sono.
O tratamento atual dos distúrbios do sono faz uso de benzodiazepinas e remédios aparentados. Esses remédios provocam um sono anestésico, não reparador e amnesiante.
A descoberta do sistema Vigília/Sono permite explicar os efeitos paradoxais indesejáveis desses remédios. O fato de eles conterem na sua composição a estrutura química do 6-Methoxy-Harmalan explica por que insônia e ansiedade graves encabeçam a lista dos efeitos colaterais desses remédios, o que é um absurdo para remédios ditos hipnóticos e ansiolíticos.
Hoje, ao falar de distúrbios do sono é preciso falar de distúrbios do sistema Vigília/Sono que consideram a produção dos 3 hormônios pela glândula pineal.
O tratamento é aquele explicado acima (comprimido de Melatonina, adesivo com Valentonina e 6-Methoxy-Harmalan).
 
Qual é o mecanismo das depressões nervosas?
Nos pacientes deprimidos, o sistema Vigília/Sono é quantitativamente normal. Porém, essas secreções não são suficientes para ultrapassar a barreira do sono por causa do aumento da vigília devida ao estresse.
Hoje, o tratamento se faz por administração de inibidores da recaptação da Noradrenalina (IRN) e de inibidores da recaptação da Serotonina (IRS).
A descoberta do sistema Vigília/Sono permite explicar seu modo de ação.
Os antidepressivos IRN (clomipramina - como o Anafranil) e IRS (fluoxetina - como o Prozac) agem sobre todos os receptores noradrenérgicos e serotoninérgicos e durante 24h, provocando um grande número de efeitos colaterais.
A descoberta do sistema Vigília/Sono mostra que as depressões nervosas são distúrbios do sono passageiros. Portanto, devem ser tratados como os distúrbios do sono, e isso durante a duração da depressão.
Nos pacientes ameaçados ou afetados por doenças neurodegenerativas, as secreções de Melatonina são muito baixas, até mesmo extremamente baixas.
A prevenção e o diagnóstico das doenças neurodegenerativas passa, portanto, por uma medição da dosagem da Melatonina no plasma sanguíneo, a partir de 1h da manhã.
Nos pacientes afetados pela doença de Parkinson ou por síndromes parkinsonianas, uma insuficiência da secreção da Melatonina é responsável pela degenerescência dos neurônios na substância negra do cérebro (Lócus Níger) e no Striatum.
É possível prevenir a doença por administração de 1 cápsula de 3mg de Melatonina de noite ao deitar.
Quando a doença é diagnosticada é preciso interromper seu avanço por administração de 1 cápsula de 3mg de Melatonina de noite ao deitar e, como nos distúrbios do sono, 1 adesivo com dois reservatórios contendo Valentonina e 6-Methoxy-Harmalan nas proporções de 4 para 1, aplicado ao deitar e retirado ao levantar.
Nos pacientes afetados pela doença de Alzheimer, a secreção pineal de Melatonina caiu drasticamente. A glândula pineal não funciona mais.
É possível prevenir a doença por administração de 1 cápsula de 3mg de Melatonina de noite ao deitar.
Quando a doença é diagnosticada é preciso interromper seu avanço por administração de 1 cápsula de 3mg de Melatonina de noite ao deitar e, como nos distúrbios do sono, 1 adesivo com dois reservatórios contendo Valentonina e 6-Methoxy-Harmalan nas proporções de 4 para 1, em dose alta, aplicado ao deitar e retirado ao levantar. Essas duas substâncias deveriam melhorar, se não for tarde demais, o sono e as capacidades cognitivas.
A descoberta do sistema Vigília/Sono confirma, como o havia sugerido Mc Isaac, que o 6-Methoxy-Harmalan é o verdadeiro agente das psicoses. Nos sujeitos psicóticos, as secreções dos 3 hormônios do sistema Vigília/Sono são excessivas. É provavelmente devida à forte secreção de Melatonina que a doença de Alzheimer nunca foi observada nesses sujeitos. As alucinações de que ele sofrem durante a fase de atividade são causadas por uma taxa anormalmente elevada de 6-Methoxy-Harmalan. O uso de um adesivo de Valentonina colocado de manhã ao acordar e retirado de noite ao deitar deveria ter um efeito positivo em função de um deslocamento por fixação competitiva do excesso de 6-Methoxy-Harmalan pela Valentonina do adesivo, no nível dos receptores 5-HT2C serotoninérgicos, dos receptores ?2 noradrenérgicos e dos receptores D1 e D2 dopaminérgicos.
Em conclusão, pela sua função endócrina, a glândula Pineal produz o sistema Vigília/Sono que regula as vidas psíquica e vegetativa do organismo por fatia de 24 horas. Pode-se considerar a glândula Pineal como o primado das glândulas endócrinas. A função endócrina da glândula Pineal parece ter a primazia na regulação do organismo.
O disfuncionamento desse sistema permite explicar as origens de um grande número de afecções neurológicas. O conhecimento do seu mecanismo deve facilitar seu tratamento. Ele me permitiu fazer proposições de tratamento dessas doenças.