Les Clés de l´Alimentation Santé
Dr Michel Lallement

 
O livro Les Clés de l´Alimentation Santé parte de uma constatação: um número cada vez maior de pessoas é atingido, cada vez mais cedo, por doenças graves, crônicas, até invalidantes ou mortais. Fala-se hoje em doenças de civilização e doenças emergentes.
 
Apesar de ainda não haver consenso na comunidade médica quanto ao entendimento dessa realidade, um número cada vez maior de profissionais da saúde, entre os quais o Dr. Michel Lallement, aponta o estilo de vida moderno, com suas duas dimensões, como grande responsável. A primeira dimensão diz respeito à pessoa, seus hábitos, suas escolhas, a segunda ao meio que influencia a vida em todos os seus aspectos e sobre a qual uma ação individual é muito mais difícil, quando não impossível.
 
O Dr. Lallement optou por uma medicina etiológica, buscando as causas escondidas dos sintomas e das doenças. Ele observa a existência de elementos inadequados à saúde principalmente na alimentação, mas também no ar, na água, e em praticamente tudo que é produzido e consumido, direto ou indiretamente. Esses elementos são ou uma "novidade" para o corpo que, portanto, não tem recursos para lidar com eles (como os cromossomos do trigo que são em maior número hoje do que antigamente), ou tóxicos (como os corantes, conservantes, e outros produtos sintéticos presentes em quase todos os alimentos). Nos dois casos, seu uso provoca irritação, intoxicação, que levam à inflamação crônica e à porosidade intestinal, criando um terreno propício ao aparecimento das alergias, das intolerâncias e de muitas outras doenças.
 
O caso do trigo e do leite é particularmente emblemático dessa questão da qualidade, boa ou ruim, dos alimentos.
 
É relativamente fácil entender o que torna o leite um alimento questionável, do ponto de vista da qualidade; basta considerar as diferenças entre as vacas de antigamente e as de hoje, acrescentando a isso os tratamentos industriais envolvidos na conservação do leite. "A pasteurização - que produz os leites UHT - destrói uma substância (TGF-beta1) que poderia ser responsável pela tolerância às lacto-proteínas" (Dr Michel Lallement).
 
Por sua vez "as intolerâncias aos cereais - em particular ao trigo - provêm do fato que os produtos atuais são muito diferentes daqueles que compunham a alimentação de nossos ancestrais: por exemplo, os trigos modernos contêm 14 pares de cromossomos (para o trigo duro) e até mesmo 21 pares (para o trigo comum) contra 7 pares nas especies selvagens" (Dr Michel Lallement). Isto significa que as enzimas do corpo humano não conseguem reconhecer esses elementos novos, que acabam levando à inflamação dos tecidos, à porosidade intestinal e às reações alérgicas. Essa observação se aplica igualmente aos alimentos provenientes de sementes geneticamente modificadas, contendo informações que o corpo não tem como identificar, e para as quais ele não dispõe de dispositivos adequados de processamento.
 
Por outro lado, não se pode esquecer o valor cultural e emocional dos alimentos, nem o fato de que as populações que fazem uso de certos alimentos há 10.000 anos foram se adaptando a eles. Assim, antes da chegada da industrialização, cada cultura tinha os seus alimentos de referencia. Os europeus eram bastante adaptados ao consumo de cereais, leite e derivados, enquanto os orientais consumiam arroz e soja fermentado. E isso está de acordo com a inevitável e saudável diversidade.
 
Em vez de receitas, o autor propõe esclarecimentos sobre os mecanismos da saúde e da doença para que o leitor possa se tornar seu próprio nutricionista. Ele poderá assim pôr conscientemente em prática a prevenção e manter-se com boa saúde, melhorar suas possibilidades de cura ou suportar melhor eventuais tratamentos agressivos.