Um livro sobre uma história integral da humanidade
 

No seu livro O Cálice e a Espada, Riane Eisler encontra, em evidências disponíveis na arte, arqueologia, religião, ciências sociais, história e outros campos de investigação, dados que levam a uma nova leitura da história.
Em primeiro lugar, ela considera "toda a história humana (incluindo nossa pré-história), bem como toda a humanidade (suas metades fêmea e macho)".
Ela aponta para um longo período de paz e prosperidade, em geral ignorado: "muitos milhares de anos em que todas as tecnologias básicas sobre as quais a civilização foi construída se desenvolveram em sociedades que não eram dominadas pelo homem, nem violentas ou hierárquicas" e que eram impregnadas pela dimensão espiritual.
Durante esse longo período, as sociedades que viveram, no que viria ser a Europa, deixaram testemunhos do seu apreço pela vida na forma daquela que dá à luz e proporciona nutrição, ou seja, a mulher, e nela o princípio feminino igualmente presente na Mãe Terra e na Mãe Universal. O fato de prezar a vida levava conseqüentemente essas sociedades a prezar a necessária parceria entre mulheres e homens, entre princípios feminino e masculino, cada qual associado a qualidades típicas.
Riane Eisler propõe substituir as noções de matriarcado e patriarcado que implicam na dominação de um sexo pelo outro, pelas noções de gilania que expressa um equilíbrio, uma parceria entre feminino e masculino, e androcracia que corresponde ao modelo de sociedade governada, em todas as suas instâncias, pelo homem.
Ao expor que a dominação do masculino sobre o feminino não é de ordem divino nem tão pouco biológico, a autora oferece evidências de que um futuro baseado na cooperação e no respeito à vida e às diferenças é possível.