Quatro profissionais compartilham suas experiências com a censura que sofreram, tanto pessoalmente quanto profissionalmente, nos últimos meses de 2020 e início de 2021 Xavier Azalbert, atual diretor do jornal France Soir, é matemático, físico e economista estatístico especialista na aplicação da matémática à teoria da informação incompleta. Doutor Ludovic Heringuez é advogado em Marselha. Louis Fouché é médico anestesista-reanimador, porta-voz do coletivo Reinfocovid. https://reinfocovid.fr/ Professor Jean-Dominique Michel é antropólogo, especialista em saúde. Liberdade de expressão e censura Segundo o Dr. Ludovic Heringuez, a liberdade de expressão é referida nos artigos 10 e 11 da Constituição francêsa de 1958, que está em vigor. Ela se aplica a todos os cidadãos e diz respeito ao direito à palavra e a comportamentos assumidos para expressar uma opinião, que pode ser de aprovação ou desaprovação, em relação a fatos sociais. Observa-se hoje na França e na Suíça, vários tipos de censura, em todas as áreas da sociedade, contra aqueles que questionam às decisões governamentais ou expressam desacordos em relação aos conteúdos vinculados pela mídia mainstream. Experiências desses profissionais com a censura Os participantes da conversa no vídeo acima foram banidos de grandes redes. Falsas contas Youtube e Facebook usurparam sua identidade e distorceram a linha original de suas comunicações. Foram objeto de calunias, apontados como incompetentes e não credíveis pelas grandes mídias. Na Wikipedia, seu perfil é desqualificado. Esses profissionais mencionam a existência de campanhas de difamação administradas por empresas especializadas, destinadas a gerar dúvidas e suspeitas contra aqueles que apontam erros das autoridades ou simplesmente levantam questionamentos. Propostas sobre o que fazer no estado atual das coisas Os usuários sendo reféns da gratuidade das redes sociais, devem considerar a possibilidade de sair delas, procurando plataformas mais independentes ou criando seus próprios canais, quando possível, individualmente ou em agrupamentos de pessoas. É importante tornar visível o que está acontecendo. Não deixar passar nada. Ater-se ao direito e pedir constantemente que o direito seja respeitado. É fundamental usar o direito de resposta, na mídia, quando se é caluniado. O jornal é obrigado por lei a dar o direito de resposta. Se ele não fizer, pode-se entrar na justiça contra ele. Isto, no entanto, representa um alto custo, em tempo e dinheiro. A crise é uma convocação à mudança: - Há uma crise sanitária? "Ressanitarise-se", cuide de sua saúde. - Há uma crise econômica? "Reeconomise-se", reflita sobre qual economia você quer: uma economia da contribuição? Do compartilhar? Do dom? Da troca? Da moeda livre? Da moeda local? Quer ser escravo de uma moeda numérica gerida pelo Banco Mundial? - Há uma crise social? "Ressocialise-se". Reforce boas relações, abra mão de outras e crie novos laços. - Há uma crise da mídia? Da informação? Da verdade? Busque os fatos e "midiatise-se". Crie seu canal de informação, de comunicação. Use a informação como julgar apropriado em vez de ser usado por ela. Descubra aqueles que fazem hospedagem compartilhada. É preciso sair do triângulo algoz/vítima/salvador. O que há são relações de força a tratar, como no Aikido. É preciso lembrar-se dos valores fundamentais como o respeito e a tolerância e manter-se na ética e na benevolência, sem perder o humor. Frase do filósofo francês Voltaire, citada na conversa: Je ne suis pas d´accord avec ce que vous dites, mais je me battrai jusqu´au bout pour que vous puissiez le dire. (Não concordo com o que dizes, mas defenderei até o fim o seu direito de dizê-lo). Outras frases de Voltaire: - Sempre se fala mal quando não se tem nada a dizer. - A dúvida é um estado mental desagradável, mas a certeza é ridícula. - A discórdia é o pior mau do gênero humano, e a tolerância seu único remédio. - A tolerância nunca incitou à guerra civil, a intolerância cobriu a terra de carnificina. - Decidi ser feliz porque é bom para a saúde. |