A lógica de uma ciência que perdeu a razão: o princípio do ganho de função.

 
O que é o Ganho de Função (GOF em inglês)
 
Manipular um vírus para dar-lhe a capacidade de infectar uma espécie diferente daquela que o hospeda habitualmente é uma técnica científica de ponta chamada "ganho de função". wikipedia.org Gain of function research
 
Essa técnica foi desenvolvida inicialmente entre espécies animais, porém em 2011 duas equipes de pesquisadores dirigidas por Ron Fouchier e Yoshihiro Kawaoka desenvolveram uma mutação do vírus da gripe aviária H5N1 com o objetivo de torná-lo transmissível entre os seres humanos, possibilidade que não existe na natureza com o vírus original. Para as experiências foram usados animais cujo sistema respiratório é similar ao dos seres humanos, no caso, furões. Após uma série de mutações, cada uma das duas equipes conseguiu tornar o vírus transmissível entre os furões, portanto potencialmente entre seres humanos. Segundo o Daily Mail, se o vírus houvesse escapado do laboratório, 400 milhões de pessoas poderiam ter morrido. Le "Frankenvirus" H5N1.
 
Na natureza, um vírus específico só pode infectar um número reduzido de espécies, pois ele precisa encontrar na membrana das células do infectado "fechaduras" (receptores) adaptadas às suas "chaves" (as espículas da proteína Spike no caso dos coronavírus). A pesquisa de ganho de função busca modificar o material genético de um vírus para criar nele novas "chaves", as mais adequadas possíveis, para as "fechaduras" das células de uma espécie específica, animal ou humana. O ganho de função pode ocorrer naturalmente como resultado de uma consequência deletéria de microlesões do genoma. As microlesões podem ser constitucionais (como no contexto das doenças genéticas herdadas) ou adquiridas (em particular na formação de células tumorais).
Bases moléculaires des mutations et Bases moléculaires du mode de transmission des maladies génétiques
 
Na pesquisa do ganho de função, no entanto, as modificações do genoma viral são construídas e um vírus inicialmente não contagioso para humanos, modificado geneticamente em laboratório, pode se tornar um vírus capaz de infectar humanos e ser facilmente transmitido de humano a humano, com efeito eventualmente letal.
 
Lógica e objetivo do ganho de função
 
Em virologia, a pesquisa de ganho de função é empregada com a intenção de compreender melhor as pandemias atuais e futuras. Ela também visa desenvolver vacinas contra vírus que poderiam vir a sofrer uma mutação natural e passar de um animal ao ser humano com graves conseqüências. A idéia invocada, portanto, é estar um passo à frente da natureza e poder melhor prever doenças infecciosas emergentes.
 
Em 2015, o professor Ralph Baric, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, disse: "Estudos previram a existência de quase 5.000 coronavírus em populações de morcegos, e alguns deles têm o potencial de emergir como patógenos humanos. Portanto a questão não é saber 'se' haverá um surto de um desses coronavírus, mas 'quando' ele aparecerá e como estaremos preparados para lidar com ele".
CES.RJ: Ralph Baric já tinha certeza de que um novo surto de coronavírus ocorreria mais cedo ou mais tarde.

 

Ganho de função e coronavírus
 
Em volta dos coronavírus há uma camada lipídica na qual estão inseridos vários exemplares da proteína, em forma de espículas, chamada Spike. Cada espícula da Spike é uma espécie de chave que pode se inserir numa fechadura, ou seja, no receptor de uma célula animal ou humana, segundo seu grau de adaptação a uma espécie em particular. É a proteína Spike que permite ao vírus entrar nas células do infectado e contaminá-lo, liberando nelas o material genético viral, para que este seja replicado pela célula infectada.
 
Cientistas de vários países do mundo trabalham há anos para desenvolver a técnica do ganho de função. Entre eles o professor Ralph Baric, dos EUA, e Shi Zhengli - diretora de um dos laboratórios de Wuhan, na China, e especialista em coronavírus de morcegos. O trabalho conjunto desses dois cientistas é modificar a proteína Spike de coronavírus - que normalmente infecta morcegos - para que ela se insira nas células humanas.
Uma pesquisa de laboratório, o ganho de função, que corresponde a procurar por um vazamento de gás com um isqueiro.
 
O genoma do coronavírus SARS-Cov-2 tem sido estudado por cientistas pelo mundo todo. Na Austrália, ao seqüenciar o vírus com o objetivo de desenvolver uma vacina contra o Covid-19, o Prof. Nikolaï Petrovsky e sua equipe fizeram uma descoberta intrigante. Partindo do princípio que o vírus devia ser melhor adaptado ao animal no qual passou o maior tempo, pois os vírus se adaptam ao seu meio ao longo de milhares de anos, avaliaram vários animais para verificar com qual deles o coronavírus SARS-Cov-2 combinava melhor. Mas apesar do fato do morcego ter sido considerado como estando na origem da propagação da pandemia, os resultados mostraram que o ser humano vinha bem na frente de todas as espécies animais estudadas. Para o prof. Nikolaï Petrovsky a relação entre essa perfeita adaptação do SARS-Cov-2 ao ser humano e a presença de experiências de ganho de função sobre coronavírus de morcegos no laboratório de Wuhan mereceria uma verificação mais aprofundada.
 

Site criado por pesquisadores independentes sobre os eventos ligados ao surgimento da pandemia:
Drastic Research

 
Laboratório de Wuhan: como investigadores amadores descobrem a história da origem do vírus e constrangem a mídia

 
Condensado do documentário: Coronavirus : O mistério das origens, apresentado por France 2 - France Télévisions no programa Envoyé spécial Edição do 11 de março de 2021.