A memória da água foi reencontrada
 
Presente na origem da vida na Terra, a água é indispensável à sobrevida das espécies. Mas, para alguns cientistas, esse elemento fundamental teria capacidades insuspeitadas.
 
Nos anos 1980, um médico imunologista renomado, Jacques Benveniste, afirmava ter descoberto que a água teria a capacidade de guardar na memória as propriedades das moléculas com as quais esteve em contato, mesmo quando estas já não se encontram mais lá. Uma teoria espantosa que foi objeto de uma enorme controvérsia.
 
Rapidamente, a validade de seus trabalhos foi questionada e Benveniste foi repudiado pela comunidade científica. Mas, levado pela curiosidade, Luc Montagnier, prêmio Nobel de medicina pela codescoberta do HIV, retomou as pesquisas de Benveniste. Desde a primeira experiência sobre o plasma sanguíneo de doentes infectados pelo virus da AIDS, ele detecta ondas elétromagnéticas.
 
"Foi uma verdadeira surpresa. Não esperava isso e estava fascinado por esse fenômeno", lembra o médico virologista, que pensa imediatamente nas possíveis aplicações médicas. Para trazer à luz as espantosas propriedades da água descobertas por aquele que ele considera como "o Galileu do século XX", Luc Montagnier decidiu levantar o véu sobre suas pesquisas em andamento e propõe realizar, diante da câmera, uma experiência surpreendente: a transdução do DNA.
 
Trata-se de um estudo randomizado duplo cego. Moléculas do DNA de um paciente infectado pelo HIV, altamente diluídas em água estéril, são colocadas sobre um captador de ondas eletromagnéticas ligado a um computador. O sinal obtido, digitalizado, é então mandado por e.mail à universidade do Sannio de Benevento, na Itália. Lá, a equipe transalpina expõe um tubo com água pura às ondas digitalizadas. Essa água vai "ouvir os sinais e memorizá-los" durante uma hora. Vários tubos de ensaio recebem essa água onde são acrescentados alguns elementos químicos soltos chamados nucleotídios, os tijolos básicos do DNA, e uma enzima, a polimerase, que serve de catalizador. Essa tecnica usada pela equipe italiana chama-se RCP ou seja, Reação em Cadeia por Polimerase. Quando se coloca um fragmento de DNA num tubo preparado dessa forma, os nucleotídios se organizam de maneira a reconstituir o DNA original. Porém, aqui o fragmento de DNA é substituído pela "musica" emitida pelo DNA, capatada e registrada no laboratório francês.
 
Um laboratório italiano independente analisa a seqüência de DNA obtida pelo RCP para compará-lo com o ADN original. O resultado dessa experiência é que as seqüências são idênticas a 98%.
 
Marc Henry, professor de química e de física quântica na Universidade de Strasbourg, explica que as moléculas de água teriam a capacidade de se juntar formando "campos de coerência" capazes de sequestrar informações eletro-magnéticas.
 
"O dia em que se admite que as ondas podem agir, torna-se possível agir e tratar pelas ondas. É um novo campo da medicina que amedronta a indústria farmaceutica" ressalta Luc Montagnier. Doenças graves poderiam ser tratadas pelas ondas de medicamentos apropriados captadas e retransmitidas ao doente, por exemplo pelo seu celular. De fato, o corpo não faz diferença entre a matéria e a informação proveniente dessa matéria, assim como o nosso ouvido não faz diferença entre o som numérico e o som autêntico.
 
Para o Prof. Luc Montagnier, que já está trabalhando sobre aplicações relativas ao vírus da AIDS, o autismo, certas escleroses múltiplas, as doenças de Alzheimer e Parkinson, as perspectivas de aplicação são imensas.
 
Por ter recebido o prêmio Nobel o Prof. Montagnier não pode ser tão facilmente atacado pela comunidade médica quanto o Prof. Benveniste. Mesmo assim, encontra dificuldades em reunir as condições necessárias ao desenvolvimento de suas pesquisas. Em 2009 ele monta, com outros médicos, um grupo de pesquisa e tratamento das doenças crônicas que se reúne regularmente na UNESCO e funda a CHRONIMED. Em 2010 ele é chamado no quadro de seu projeto de pesquisa pela universidade Jiao-tong de Shanghai, na China.