Que água beber?
Resumo da entrevista de Jacques Collin a Rodolphe Forget

 
Jacques Collin é engenheiro e autor dos livros L´eau, le miracle oublié  (A água, o milagre esquecido)  e     L´insoutenable vérité de l´eau (A insustentável verdade da água).
Hoje é preciso fabricar a sua água, a partir das águas urbanas e das águas minerais engarrafadas. Na França, entre 95 e 98 % das pessoas consomem águas engarrafadas.
A água da torneira é dita potável. A potabilidade é sempre ligada a um medo dos micróbios, das bactérias, e em função disso se destrói tudo. A água se torna completamente abiótica, não tem mais nada dentro. Usa-se em geral o cloro para ascetizar a água, e esse cloro produz subprodutos bastante perigosos.
O primeiro perigo da esterilização da água da torneira é que, de fato, o cloro não afasta o risco de doenças, pois a destruição dos micróbios provoca um fenômeno conhecido hoje: os detritos desses micróbios se reconstituem em vírus. Louis-Claude Vincent tinha observado isso em intestinos, com bactérias que haviam sido mortas por antibióticos. Ele viu que, às vezes, um mundo viral se reconstituía. O perigo é que esse mundo viral, ínfimo, é totalmente silencioso e, para descobri-lo, é preciso fazer exames muito precisos que não são feitos com a água. Portanto, com o cloro, matou-se o micróbio, mas despertou-se o vírus. O vírus é mais perigoso do que o micróbio. O micróbio se multiplica por divisão celular, enquanto o vírus usa a célula do homem para proliferar.
O segundo perigo da esterilização provocada pelo uso do cloro, e até do ozônio, é que ocorre uma oxidação da água que é extremamente grave. O cloro vai levar o corpo a produzir um tipo de oxigênio tóxico que é um devorador de elétrons. Ele fixa o elétron e satura eletronicamente o corpo. Portanto, essa oxidação acelerada dá uma água que tem um potencial eletrônico muito fraco. Esse potencial eletrônico muito fraco no corpo inibe a vitalidade, quer dizer que algumas reações metabólicas não se dão, pois o corpo fica em sub-potencial em relação à vida. Portanto, essa água vai levar você, obrigatoriamente, a terrenos de degenerescência, que a bioeletrônica identificou bem, que são as doenças de nossas civilizações industriais.
Tem um terceiro perigo em beber água da torneira [principalmente na França], é que em geral essas águas são muito carregadas em calcário. Esse calcário não trás cálcio ao corpo, ao contrário. Ele provoca, por um fenômeno de eletrolise conhecido, a doença de Paget [remodelagem anormal e excessiva de alguns ossos do corpo, levando a estruturas ósseas pouco resistentes e hipertróficas]. A coluna vertebral funciona como ánodo e o sistema sanguíneo como cátodo. Há uma desossificação da coluna levando à osteoporose e uma calcificação das artérias. Esse fenômeno não é levado em conta pela medicina [a respeito dos depósitos de cálcio nas artérias, sugerimos o documentário Colesterol, a grande farsa].
Em função desses três perigos, não se deveria beber água da torneira tal como é. Sem contar que a água contém muitos poluentes que são elementos completamente estranhos ao corpo. O corpo tenta eliminar esses elementos pela urina, mas pode chegar a uma vedação das células que, assim, não conseguem mais se comunicar entre elas, e as águas intra e extracelulares não conseguem mais se estruturar.
As águas minerais têm, muitas vezes, uma quantidade excessiva de minerais. Quanto maior a quantidade de minerais na água, mais o corpo vai ter dificuldade em absorver esses minerais. Não há nenhuma comparação entre as águas minerais na fonte e as engarrafadas. Nas garrafas, os minerais se desativam e floculam, deixando de ser assimiláveis. O corpo tenta eliminá-los e, quando não consegue mais, vai formar cálculos renais, por exemplo, e até tromboses. As águas minerais com muitos minerais são venenos. Se quiser beber água mineral, ela deve ser o mais puro possível, não podendo ultrapassar 100 ou 120 mg/L [de resíduos secos]. Portanto, é preciso verificar essa informação no rótulo. Já os vegetais conseguem "digerir" os minerais. Assim, para o homem receber os minerais dos quais precisa, não deve tomar águas minerais, mas comer vegetais, cheios de minerais orgânicos assimiláveis pelo corpo humano. É importante não pular a barreira das espécies.
Nos rótulos das garrafas consta também o pH da água, porém, este é medido na fonte enquanto na garrafa ele muda constantemente, portanto essa informação não tem nenhum valor.
O que beber então já que a água da torneira e as águas minerais não são boas? Primeiro, é preciso filtrar essas águas. Existem muitos tipos de filtro: de cerâmica, de carvão ativado, mas o mais eficiente é o de osmose reversa. Esse filtro não tem o reconhecimento de todos os cientistas, mas ele filtra mais ou menos 98% dos elementos presentes na água. Essa água é inutilizável no nível biológico. É uma água morta, desinformada, desestruturada. É aí que entra a dinamização. Existem muitos sistemas diferentes de dinamização da água, por exemplo, o sistema Marcel Violet, os aparelhos que produzem vortex. O seu objetivo é devolver à água o seu potencial eletrônico, certa vitalidade.
É preciso lembrar que a vida funciona com apenas duas partículas originais, estritamente. São partículas extremamente evanescentes: o elétron e o fóton. Um elétron é cheio de fótons. Portanto, o nosso corpo inteiro funciona com essas duas partículas, essencialmente, e são elas que vão restabelecer os equilíbrios energético, elétrico, mas, sobretudo, metabólico e físico-químico. Portanto é importante beber uma água que tenha características e parâmetros eletrônicos e elétricos que correspondam idealmente às zonas da saúde.
Louis-Claude Vincent tinha se interessado por isso e tinha determinado quais eram essas águas. Todas as águas boas para a saúde têm um forte potencial eletrônico e têm um pH neutro ou levemente ácido. Para beber, partimos de uma água que é relativamente pura, já que é "osmosada", mas ela não deve ser totalmente pura, é preciso que tenha alguns minerais para ajudar na sua estruturação. A água se apresenta raramente sob a forma da molécula H2O, em geral ela é associada a outras moléculas. É essa arquitetura molecular que faz com que essa água tenha vida, e essa vida dependerá da informação que ela for receber. Essas moléculas vão se formar e se desfazer várias vezes por segundo.
Se fizermos uma dinamização com uma água pura o suficiente, vamos voltar a encontrar uma qualidade de água relativamente satisfatória.
O primeiro ponto é que devemos beber certa quantidade dessa água, em jejum. Isso permite que a água seja usada pelas células através do sistema digestivo (estômago e intestino) e depois do sangue, o que a torna imediatamente disponível no nível celular.
Para quem não consegue beber água ao levantar, tem que começar com um copo pequeno e, no fim, não será mais uma obrigação, você beberá porque sente sede e porque é prazeroso. Há uma reativação do centro da sede no cérebro, isso é mais importante ainda nas pessoas mais velhas.
Depois, é preciso beber ao longo do dia, entre as refeições, nunca durante. Pode-se tomar vinho, porque o vinho não é uma bebida, é um alimento.
Devemos parar de beber água ½ ou 1 hora antes das refeições. A água tomada durante a refeição atrapalha a pré-digestão e a digestão. Essa água se mistura com o bolo alimentar e, em conseqüência, não vai poder ser aproveitada pelas células.
Podemos recomeçar a beber água 2 horas após as refeições. Muitas vezes é importante beber água no fim da tarde, principalmente para quem trabalha sentado atrás de um computador, porque a água diminui o cansaço e eventuais dores nas costas.
Mesmo seguindo essas orientações, não é tomando um copo de água que você vai mudar sua vida. É todo um trabalho, exige uma disciplina de cada instante. Comece com pequenas quantidades e vá aumentando, depois de algum tempo verá que muitas coisas mudam. Se tiver muitas toxinas acumuladas no corpo vai levar mais tempo.
Todas as bebidas industrializadas (sucos, refrigerantes...) provocam um monte de perturbações metabólicas. Existe um estudo da Suécia, que começou em 1985 com um grupo de adolescentes que consumiam sobretudo alimentos e bebidas industrializados. Essa população foi acompanhada e depois de 20 anos o balanço de seu estado fisiológico revelou-se uma catástrofe. 80% deles são diabéticos, suas suprarrenais e seu pâncreas estão num estado lamentável. São pessoas que abrem caminho para muitas doenças graves ao longo do envelhecimento, a começar pelas doenças cardiovasculares e os AVC diversos.
É fundamental que os pais, hoje, tenham consciência dessas coisas em relação aos seus filhos. A principal pessoa na casa é a mãe e é ela que vai promover essas mudanças. Tem que começar devagar.
É preciso ter perseverança, pois os resultados podem demorar a aparecer.
A água é curadora, por definição e, sobretudo, preventiva. Pode haver situações de degenerescência tão avançada e tão antiga que não se consegue reversão, mas em geral temos o potencial necessário para uma regeneração. O cérebro, que é água, tem poderes de regeneração extraordinários. A água age em todos os lugares do corpo. No nível das articulações é extremamente importante.
Como não temos mais acesso a fontes puras e águas em movimento, temos que "fabricar" a nossa água.